Cuspindo marimbondos,
engolindo sapos, matando dois coelhos com uma cajadada só. Todas essas
expressões têm um fator em comum: utilizam um animal para explicar sentimentos
que nós humanos vivemos.
Não sei,
nem o Google soube me dizer, o porquê de cuspir marimbondos. Mas, uma ferroada
de marimbondo nas mãos ou na bochecha (já tive ambas as experiências para
comprovar) já é de bom tamanho para ficar com raiva, imagine um marimbondo
mordendo a sua garganta? Ou qualquer
parte interna de nosso corpo? Desolador.
Engolir
sapos. Bem, engolimos tanta coisa no dia a dia, que me parecem, às vezes, mais intragáveis
que um sapo atravessado na garganta, que esta expressão também, mesmo sem saber
a origem, faz todo o sentido. Palavras, desaforos, atitudes imbecis, suas e dos
outros, sentimentos tortos, sentimentos claros, mas não praticados, realizados,
etc. e tal.
Matar dois coelhos
com uma só cajadada, que hilariamente já trocaram por aí por caixa d`água, não é
fácil, mas também não é impossível. São
como aqueles dias de sorte em que você encontra um velho amigo por acaso no
meio da rua e ainda acha, horas depois, uma nota de R$50 tilintando na sua
frente na calçada, sem vestígio de nenhum dono a quem você pudesse devolvê-la.
Assim são as
expressões dando um colorido ao nosso vocabulário. Que herméticas e sem graça alguma seriam as nossas vidas se falássemos apenas o que
consta nos dicionários, não é mesmo? Viva a
criatividade popular.